domingo, 21 de junio de 2009

Lembro-me de...

(Tarefa das aulas de português)

Lembro-me daquele duche aos pés do céu em que tomei o banho as duas da manhã, perto de Marrackech, naquele alojamento chamado 'O destino' que me fiço pensar nele.

Lembro-me daquele outro céu estrelado no deserto de sal, lá em Bolívia, e do momento em que vinte pessoas ficamos no chão só para olhar-lo, embora estevessemos a 5º.

Lembro-me de partilhar couscous e tajine com as mãos com aquela família bereber em Tasselmant, também perto de Marrackech, e do momento em que a minha amiga e eu fomos vestidas de ceremónia para poder assistir à festa da aldeia, embora fossemos occidentáis.

Lembro-me do siléncio das nove da noite na selva boliviana, e do barulho nada chato dos animais tão perto e tão longe, com os que ficamos dormidas quatro pessoas que não podiam tomar duche numa tenda para dois.

Lembro-me do miradouro do Adamastor, aquí em Lisboa, quando o estado de 'entre tanto' em que me encontrava permitiu-me olhar para a posta do sol como se nunca a tivera visto, numa companhia efímera mas duradoira. Como as lembranças.
etc.
by Carmen

Pompas de jabón

A tarde vai-se embora de Lisboa. Uma mulher jovem de cabelo louro e actitude despenteada arruma a ropa, pronta a secar, e volta a ocupar o estendal depois (assim tuda a vida). Maruxa deixa-me 'cerrada' no balcão (curiosa contradicção) e desenha um cor no cristal, depois de ter aberto as vivas cortinas laranjas.

Yo busco a la niña que tengo adentro y dibujo respectivamente una flor en el cristal de al lado, antes de que se vaya el baho (cuando era pequeña me enseñaron que lo que te dan se devuelve y mira, no he querido olvidarlo). Cuando los dibujos desaparecen del ventanal, pompas de jabón se pierden en el cielo, a nuestra altura, como las niñas que las soplan, que de vez en cuando volverán -los balcones y esta ciudad propician ese tipo de cosas tan mal vistas en otras situaciones-.

Una camiseta azul cielo se ha quedado sola, olvidada en el tendedero del edificio amarillento casi ocre de enfrente, que no sabe si caerse o aguantar un poco más, un poco más, un poco más... No lo sabe pero aguanta, como nosotras en los momentos en que 'no' podíamos más.

Pero podemos. Podemos más porque ahora no estamos aguantando nada. Simplemente dibujamos circumferencias en las antenas de la luz. Tal vez mundos nuevos.

by Carmen